"Dynamic soaring", estou pesquisando sobre planadores e encontrei explicações sobre esse efeito.
Observe as imagens abaixo. Na figura 1, temos uma vista lateral de um morro. O vento vem da esquerda para a direita, depois de passar pelo cume do morro criam-se duas zonas de vento: a. uma na linha do cume de alta velocidade (representada pelas setas pretas à direita); b. outra zona de ar parado ou de baixa velocidade, abaixo do cume. O truque é aproveitar a diferença de velocidades entre a separação de camadas, passando entre elas alternadamente.
1) Lança-se o modelo à sotavento (vento a favor ou de cauda) para incrementar a velocidade do planador.
2) Apos desce o modelo para a camada de ar parado virando em sua direção cabrando o modelo (aqui o modelo estaria contra o vento se estivesse na camada rápida acima)
3) Quando o modelo chega próximo ao cume do morro e entrando novamente na zona de vento rápido, o modelo é virado rápido voltando-se à sotavento e reiniciando a manobra.
O modelo descreve a curva em vermelho da figura 1. A repetição da manobra conserva o modelo voando e com cada vez mais velocidade!
Lembrando airspeed é velocidade do ar e groundspeed é a velocidade de solo, também é importante notar que o ar mais rápido é representado pelas barra azuis claras em movimento e a zona de ar parada pelas barras azuis escuras paradas.
O resultado é do vídeo abaixo, velocidades extraordinárias para planador ou mesmo para modelos esportes motorizados. Lembrando que o lado do morro que o modelo está voando é o lado direito da figura 1 (parte de trás do morro).
Encontrei esse texto lendo o livro Fundamentos da Engenharia Aeronáutica aplicações ao projeto SAE-Aerodesign, cujo download gratuito pode ser feito aqui.
O texto fala sobre a influência do formato da asa sobre o estol, lembrando que estol e a condição em que há perda da sustentação da asa em vôo, quer pela baixa velocidade ou pelo alto ângulo de ataque.
A forma como o estol se propaga ao longo da envergadura de uma asa depende da forma geométrica escolhida e representa um elemento importante para a determinação da localização das superfícies de controle (ailerons) e dispositivos hipersustentadores (flapes).
Eu esquematizei: (observe a figura abaixo)
1) TRAPEZOIDAL: o ponto do primeiro estol ocorre em uma região localizada entre o centro e a ponta da asa, e sua propagação ocorre no sentido da ponta da asa.: Esta situação é muito indesejada, pois uma perda de sustentação nesta região é extremamente prejudicial para a capacidade de rolamento da aeronave uma vez que os ailerons geralmente se encontram localizados na ponta da asa. Particularmente, essa situação é muito indesejada em baixas alturas de vôo, pois uma ocorrência de estol com perda de comando dos ailerons na proximidade do solo praticamente inviabiliza a recuperação do vôo estável da aeronave. (este efeito é exagerado pelo maior afilamento da asa)
2) RETANGULAR: a região do primeiro estol ocorre bem próximo à raiz da asa, e, dessa forma, a região mais próxima da ponta continua em uma situação livre do estol, permitindo a recuperação do vôo da aeronave fazendo-se uso dos ailerons que se encontram em uma situação de operação normal.
3) ELÍPTICA: também proporciona uma propagação da região de estol da raiz para a ponta da asa.
4) ASA DA ZAGI (não tem no livro): tem asa com afilamento elevado (letra “c” da figura abaixo) com algum grau de enflechamento (letra “f” da figura abaixo), por isso o efeito de estolagem de ponta de asa e a consequente perda de comando dos elevons nesse tipo de modelo é muito grande, sendo necessário o washout, abaixo explicado.
A grande maioria das aeronaves possui asa afilada, e uma das soluções utilizadas para se evitar o estol de ponta de asa é a aplicação da torção geométrica, ou seja, as seções mais próximas à ponta da asa possuem um ângulo de incidência menor quando comparadas às seções mais internas. A torção geométrica é conhecida na nomenclatura aeronáutica por “washout”. Exibido na figura abaixo.
Comecei a pesquisar na Web sobre aeromodelismo em inglês, há muita coisa, muitas matérias interessantes, muito conhecimento condessado.
Nestas pesquisas li, sobre algo que nunca havia percebido antes, nem em vôo, um fenômeno chamado GUINADA ADVERSA.
Quando um modelo rola para direita, por exemplo, há uma tendência do modelo para guinar para esquerda (virar para o lado errado, ops!) atrapalhando a manobra.
Observe a imagem acima, eu traduzi os principais comentários, mas é só ver para onde apontam as setas, por exemplo, seta para baixo, menor sustenção, seta para trás, mais arrasto, etc.
O exemplo do desenho vemos uma manobra de rolagem à direita, analisando os efeitos da manabra poderemos entender o que ocorre (confesso que nunca pensei como isto se dava).
1) O aileron da direita sobe e o da esquerda desce; 2) O aileron da direita para cima causa dois efeitos: a) diminui a sustentação da asa direita, baixando-a; b) diminui o arrasto da mesma asa, "puxando" ela para frente; 3) O aileron da esquerda para baixo causa dois efeitos: a) aumenta a sustentação da asa esquerda, levantando-a; b) aumenta o arrasto da mesma asa, "empurando" ela para trás; 4) A atuação desses quatro fatores (maior sustentação de uma asa, menor sustentação da outra, menor arrasto de uma e maior arrasto da outra), provoca a guinada adversa, quer dizer, ao contrário do movimento da rolagem, fazendo o avião guinar para a esquerda (lembrando que a rolagem é para a direita.
Obtive tais explicações neste site: Aerospaceweb.org (em inglês)
Lá o articulista acrescentou que tal efeito é produzido principalmente pela diferença de arrasto entre as duas asas, quer dizer, o efeito indesejado no comando do ailerons é a diferença do arrasto entre a asa direita e a esquerda, segundo ele por dois efeitos de arrasto: 1) Arrasto do perfil: Quando a curvatura do perfil muda, pela mudança da posição do aileron (para baixo ou cima) isto muda o próprio perfil alar e suas características com relação ao escoamento do ar sobre a superfície da asa (aumentando e diminuindo o arrasto) 2) Arrasto induzindo: Gerado por qualquer superfície que gere sustentação e diretamene proporcional a ela (Quando o aileron baixado gera mais sustentação, também, gera maior arrasto induzindo).
Como solucionar: (propostas do articulista)
1) Frise aileron (não sei a tradução): Quando o aileron esta levantando é o momento em que gera menos arrasto (menos arrasto de perfil e menor sustentação gera menor arrasto induzido), então o truque é fazer articulação do aileron de forma que quando levantado gere maior arrasto de perfil, observe a segunda figura abaixo, o "biquinho" que se forma gera maior arrasto é logico, também, segundo ele, quando o aileron baixado a suavidade da articulação tende diminuir ao máximo o arrasto de perfil. Este expediente tenta diminuir o arrasto geral, diminuindo ou aumentando o arrasto de perfil. Só ameniza o problema.
2) Aileron diferencial: Este método diminui o arrasto de perfil e o induzindo, simplesmente fazendo com que, um dos ailerons (o que desce) descer o mínimo possível, enquanto o outro aileron (sempre o que levanta) levante de forma normal, então o maior arrasto é gerado do lado certo. Observe que a segunda figura abaixo o aileron sobe bastante; na terceira figura o aileron quase não desce. São necessários dois servos na asa e um recurso especial no rádio chamado "aileron dif.".
3) Spoilers: Já havia ouvido falar desse bicho, mas nunca tinha visto, igual caviar, a idéia é simples uma placa nada aerodinâmica bem estreita sobe no lado para qual a rolagem será realizada estolando a asa, quer dizer "quebrando" a sustentação e aumentando muito o arrasto, conservando o arrasto no lado certo para ajudar a rolagem. Observe a figura abaixo.
4) Mixagem: O último recurso que parece ser o mais efetivo é a mixagem entre os comandos de aileron e o leme*, o rádio precisa ter este recurso, mas deve haver alguma forma de mixá-lo de outra forma.
*Aileron->Leme: mixagem em que a aplicação de aileron automaticamente movimenta o leme, compensando guinada reversa ou coordenando curvas abertas; (E-voo)
Estou montando um HLG (hand launch glider - planador lançado a mão) de bambu e isopor, que batizei de Trequinho, inspirado no projeto do Raphael Rigoti (canal dele no Youtube: Youtube/rapharigoti).
Postei vários avanços na construção, terminei a fuselagem, empenagem e terminarei em breve a linkagem e a montagem da eletrônica.
Hércules e eu estamos projetando (inventando) um modelo desmontável o "fly-in-work", doravante chamado de Fly (é mais fácil), o desenho básico que estamos usando a asa é trapezoidal, seguindo o método do meu último post consegui esse resultado.
Há, como em tudo, uma curva de aprendizado, tive muito trabalho para determinar o ponto de referência para ancorar o fio quente, a melhor forma que encontrei foi arbitrar um ponto qualquer afastado na mesa de trabalho, traçando uma linha reta para referência, e usando um gabarito de cartolina no formato da asa, aproximei-o e o afastei-o até encontrar o ponto certo de por a placa, marquei, pus a placa da asa e mandei ver, deu certo.
Mas tive alguns problemas, anotei errado onde ficava o bordo de ataque e cortei a asa ao contrário, quer dizer, o enflexamento da asa era para ser menor (a do bordo de fuga). Pelo menos usando as marcas não cortei duas asas direitas ou esquerdas (tome cuidado isto acontece muito). Outro conselho é usar como teste isopor p0 (de papelaria).
Até que gostei da qualidade do corte, mas a próxima ficará melhor.
Notei, também, após analisar bem as asas, que numa asa fiz um washout e na outra fiz um washin (quer dizer a torção da ponta da asa ficou para cima). Para cortar a segunda semi asa eu não reposicionei o ponto de ancoragem do fio, nem o calço, eu simplesmente cortei a asa com o gabarito invertido, não deu certo, é necessário fazer modificações para cada semi asa. Na próxima eu acerto!
Nesse caso usa-se dois gabaritos com o formato do perfil alar, cada um de um dos lados da asa e passa-se o cortador, como na imagem e o vídeo abaixo:
Gabaritos com o formato do perfil alar (airfoil) presos em cada lado do bloco de isopor (EPS)
Um vídeo que descreve bem este método:
Um excelente tutorial, bem detalhado com fotos e em português encontra-se aqui: E-voo.com/tutoriais/asa
Usei este método como base e com algumas modificações cortei a asa do Coiso Stick.
Quando se trata de cortar uma asa de isopor em formato trapezoidal, quer dizer, no meio da asa mais largo do que a ponta, a coisa é bem mais complicada.
Note-se que tutorial do E-voo o autor propõe cortar uma asa nesse formato à mão livre usando o próprio cortador em arco, mas requer muita habilidade e não me dei bem com esse método para cortar asa trapezoidal, na verdade, antes do Coiso Stick, havia estragado umas dez asas na tentativa de fazer uma Zagi.
ASA TRAPEZOIDAL
Para cortar asas nesse formato é melhor usar o método do ponto fixo como nesta imagem:
Prende-se a placa de isopor já no formato da asa na mesa de trabalho. O ponto fixo é posto onde se encontram as linhas tangentes aos bordos de ataque e fuga da semi-asa, e o fio é ancorado ali. Isto é necessário porque fio quente deve começar no bordo de ataque e terminar no bordo de fuga ao mesmo tempo. Este vídeo descreve muito bem o método:
Assistindo o vídeo fica fácil entender o método. O fio quente fica ancorado num ponto específico e do outro lado do fio há uma manopla para conduzi-lo, colado à lateral da placa está o perfil alar (o que dá a forma aerodinâmica da asa) e serve como guia. Começa-se pelo bordo de fuga, com cuidado seguindo a curvatura do gabarito, até o bordo de ataque e depois volta. Importante perceber quando se corta a asa, de propósito, o final do bordo de fuga do perfil fica sem cortar, normalmente se completa com bordo de fuga de balsa ou depron, ou o próprio aileron.
Há vários métodos com variações. Particularmente gosto desse, porque só usa um gabarito. A princípio, não dá para fazer um washout (torção de poucos graus na ponta da asa que confere a ela uma característica muito desejável, diminui a estolagem de ponta de asa).
MAS, pesquisando no RCGroups achei esta solução fantástica, que é descrito na imagem abaixo:
É usado o mesmo método do vídeo anterior, mas com pequena e significativa mudança, a placa de isopor é posta numa tábua em cima da mesa de trabalho e com um pequeno calço se faz a torção desejada, o calço vai na parte onde fica o bordo de fuga da ponta da asa, na verdade fica no bordo de ataque da ponta da asa (na foto é mostrada como uma seta para cima). O autor da matéria manda ancorar a tábua na mesa de trabalho com dois parafusos como mostrado na imagem para permitir que a tábua torça de forma correta. Ele manda, também, por peso em cima da placa de isopor o que fará ela se adaptar a torção.
A grande vantagem, é o uso de menos gabaritos, o que descomplica muito o processo, dá para usar um somente, enquanto o método descrito no E-voo, há necessidade de usar quatro.
O tutorial do E-voo é muito bom e dá para fazer asas com ele, não deixe de lê-lo, nem que seja para estudá-lo. Se tiver uma mão firme, talvez seja mais fácil usá-lo.
Altura do ponto fixo
Não havia mencionado isto por esquecimento, um comentário feito pelo senhor Alan me alertou.
Dá para regular a altura em que se deve fixar o fio pelo olho, com alguma experiência, mas acredito que o método mais indicado seria medir da seguinte maneira:
Principais componentes geométricos de um perfil alar - Imagem retirada de um posto do Eletricosdosul.com
Usando como referência a "linha média", que nada mais é do que uma linha plotada a partir dos pontos que ficam equidistantes entre o extradorso e o intradorso, na espessura máxima do perfil, eu meço a altura que este ponto fica em relação a base (mesa de trabalho, tábua, etc). Essa altura é que devemos fixar o fio.
Simplificando, é a altura do "meio" do gabarito em relação a base:
Esquema mostrando a altura de fixação do fio de corte - a mesma altura do "meio" do gabarito deve ser a altura do ponto fixo
Para todos os aeromodelistas quer sejam os que somente pilotam, os que constroem ou projetam seus próprios modelos uma das coisas mais importantes é descobrir o Centro de gravidade do seu aeromodelo.
No glossário do E-voo.com encontramos a seguinte definição para centro de gravidadeé o ponto onde o peso do aeromodelo se concentra, que deve ser ajustado durante a montagem para deixá-lo estável em vôo. (SIC)
Numa asa reta é fácil calcular o ponto em que deverá ficar o centro de gravidade (C.G.), porque a corda média se confunde com a própria corda da asa (largura da asa).
Mas em asas trapezoidais e com enflexamento fica um pouco mais difícil, há métodos bastantes práticos e equações para se descobrir isso na internet.
O método mais prático é usar uma calculadora de C.G. como essa (click na imagem a abaixo para acessá-la)
Percebi duas coisas, a primeira, é óbvia o texto está em inglês, e a segunda é para quem não conhece bem os termos fica muito confuso entender o que é necessário informar e o que o programa retorna.
Aqui vão algumas dicas:
Observe as letras nos parenteses, elas indicam o que representam no desenho da asa à direita, por exemplo, Root Chord (A) é a largura da asa no meio dela; Tip Chord (B) é a largura da ponta da asa; Sweep Distance (S) é a distância entre a frente da asa e a frente da corda na ponta da asa (B), quanto maior esse número for maior é o enflexamento (quer dizer mais para trás a asa é); Half Span (Y) é o tamanho da semi-asa (metade da envergadura). O última dado a ser preenchido é a porcentagem do balanço do MAC (corda média aerodinâmica, em outro post falarei sobre isto), um número conservador é de 25%.
O botão "Click Me to Compute:" calcula tudo.
O dado mais importante retornado é o Balance Point Root Chord (CG), que é o próprio ponto do C.G medido a partir da frente da corda da raiz (A). no caso do desenho acima ficou um pouco mais de 6 cm.
Outra ferramenta útil encontra-se nesse link do E-voo, é mais simples e está em português
Outra ferramenta interessante em português é esta, segundo a dica de um anônimo, calcula enflexamento positivo, e até asas complexas (até 6 paneis distintos).
Wing CG Calc - calculadora de CG
Note no label "Panel x" os botões "+1" (verde) e "-1" (vermelho), permitem adicionar/retirar paneis em asas que pela complexidade de sua geometria exija isto.
Estou montando o Trequinho um HLG (hand launch glider - planador lançado à mão), inspirado no projeto do Raphael Rigoti do Youtube (Youtube/user/rapharigoti). Estou aprendendo muitas lições úteis em construção e uso de materiais alternativos.
O projeto do Raphael é para ser feito rápido (o corte da asa é com faca, ele usa isopor comum, usa cola quente e etc, mas há uma curva de aprendizagem e, também, estou fazendo algumas alterações que estão fazendo demorar um pouco no projeto (eu sou lerdo).
Fotos do pequeno progresso de hoje:
O estabilizador horizontal e vertical do Trequinho. Entelei com fica adesiva (amarela) e celofane (vermelho). Passei uma camada muito fina de cola PVA base álcool (cola de isopor) diluída 1/10 em álcool comum, deixei secar e enteilei com ferrinho que ativou a cola PVA com o calor, cola PVA funciona como cola de contato (dica do E-voo.com). O interessante é que ficou muito firme, leve e o celofane aderiu como se fosse uma fica adesiva. A cor do celofone ficou muito sólida, porque escolhei em várias papelarias um celofone vermelho com cor mais sólida.
Fuselagem do Trequinho. Usei varetas de fibra de vidro 1.4 mm para reforçar ao invés de bambu, tenho o material disponível então resolvi usá-lo. Colei as varetas com cola quente. Ficou razoavelmente firme, mas vou reforçá-lo com fica adesiva, com a vantagem de decorar o modelo, espero que não fique pesado.
Quando recebi email avisando que o Yamzes postou um vídeo já esperava algo legal, mas quando vi o T-rex tamanho 600 tive um arrépio, sentindo que tinha um espírito sem luz por perto do modelo.
Quando vi o vôo tive certeza que o próprio satanás e seus anjos haviam tomado o corpo do pobre helicóptero! Como no Exorcista
Se duvidam deem uma olhadinha como esse modelo voa a la exorcista, quer dizer voa invertido e de costas.
Falando sério o piloto fez manobras 3D incríveis e perfeitamente executadas, parabéns ao Victor.
Pessoal, aqui vai um curto vídeo do teste de linkagem dos flaperons do Trequinho, planador lançado a mão de bambu e isopor. Estou usando na linkagem dois servos HTX de 9g e arames de aço de pneu.
Fiz o teste com o servo tester GWS, que é essa caixa pretinha abaixo na foto.
Não gosto muito de modelos temáticos, por exemplo, em forma de bruxa na vassoura, tapete voador, cortador de grama voador, etc, porque estes modelos, quase sempre, sacrificam boas características aerodinâmicas ou estruturais, pela aparência.
Em outras palavras gosto de aeromodelo com aparência de aeromodelo, porque estes voam melhor, mas quanto vi este no RCGroups.com (link abaixo) tive que admitir que é muito interessante e parece ter boa aerodinâmica.
Pessoal, encontrei na internete esse blog: PureAirCarving que pelo vi é focado em planadores.
Há pouco tempo conversei com o pessoal do clube de aeromodelismo no sentido de que nunca tinha visto ou sabido de vôos em formação de aeromodelos ou sequer manobras sincronizadas entre dois ou mais aeromodelos.
Já vi manobras estonteantes, mas sempre com um único modelo, mas no vídeo abaixo tive a grata alegria de ver acrobacias sincronizadas entre planadores é muito legal vejam:
Os modelos são F3K, planadores radio controlados lançados a mão, estes mais precisamente DLG (Discus Launch Glider - Planador lançado como disco).
A foto abaixo ilustra um modelo desses. Navegando um pouco no blog acima citado verifiquei que eles são feito com materiais compostos de tecnologia espacial (kevlar, fibra de carbono e materiais de grande qualidade) que conferem leveza, resistência e características aerodinâmicas fantásticas, realmente são hi-end.
Se meu Trequinho HLG de bambu e isopor ver um modelo desses vai desmontar de vergonha.
Pessoal esse vídeo é meio batido, mas para quem não o conhece vale a pena ver.
Este camarada muito esforçado, digo isto porque comprou um modelo certo (um treinador) e deve tê-lo montado sozinho, observem que ele montou a asa com inclinação negativa (diedro negativo), quer dizer esta para baixo, como os pássaros, e deveria estar para cima para dar estabilidade quando o modelo rola (levanta a ponta de uma asa ou outra, manobra da mais comum).
Vi em alguns lugares que sugeriram que a asa esta de cabeça para baixo, mas não está, note-se as inscrições "Trainer" e "Tiger" estão em cima, e mesmo que ele tenha colados os decalques errado, que não é o caso, o acabamento afilado nas pontas das asas em forma de "\", que visam diminuir o arrasto induzido, estão certos.
Provavelmente ele colou as semi asas para baixo, ao invés de para cima. Normalmente há um reforço em compensado em forma de "V", que serve para unir as semiasas, que tem que ficar para cima, ele deve ter posto o tal "V" para baixo.
Me digam se este cara não está querendo compensar alguma coisa?
É brincadeira, é lógico, isto é um projeto de um aeromodelo escala de um Hércules C-130, com quatro motores. Absolutamente imenso.
Observem o meticuloso trabalho de construção da parte dianteira do modelo
Bom pessoal, muitas coisas não valem a pena comprar aqui no Brasil por causa do preço, porque as lojas importam (quase tudo vem do exterior), pagam taxas, pagam impostos, pagam funcionários e tiram o lucro delas, tudo muito justificável.
Qualquer brasileiro um pouco esclarecido sabe que a carga tributária que todos nós suportamos é altíssima, então isto se reflete no preço final dos produtos de aeromodelismo.
Uma maneira de economizar é importar você mesmo as peças que precisar, dá para trazer de tudo, mas vale mais a pena o que não for muito grande (menos frete e menos chance de ser taxado).
O imposto sobre importação é algo cobrado aleatoriamente e por pequena amostragem do grande volume de coisas que vem do exterior. Já fiz mais de 50 encomendas do exterior e só três delas foram taxadas! A dica é, se tiver que trazer muita coisa, fracione o pedido em vários pedidos menores.
Vai os links de algumas lojas estrangeiras:
HobbyKing.com
Megastore, tem de tudo com um preço assustadoramente barato, é o Walmart do aeromodelismo, quase tudo que comprei foi de lá. São confiáveis, entregam razoavelmente rápido (três semanas). Tem coisa boa, tem coisa de qualidade duvidosa, tem coisas péssimas, é necessário pesquisar muito. Fuja se possível da tentação de usar o EMS Express, é mais caro e há mais chances que no Brasil a encomenda seja taxada e demora muito na Alfândega .Será necessário ter conta no Paypal. Se cadastre logo nesse serviço porque é muito útil e confiável.
BRHobbies
É Norte-americana, mas administrada por brasileiros que vivem lá. Tem preços justos e produtos de boa qualidade. Entregam o mais rápido possível, só usam EMS Express, vem rápida de lá, mas demora na Alfândega e por vir do Estados Unidos, tem mais chance da encomenda ser taxada. Eu comprei meu rádio Futaba 6EX e não foi taxado, o rádio chegou na minha casa em duas semanas. Dá para comprar com cartão internacional direto, sem o uso de Paypal.
AMainHobbies
Parece uma megastore e tem preços bons, mas nunca comprei nada lá. Pesquisando nos fóruns na internete obtive boas recomendações deles.
Mais um pequeno avanço no projeto do Trequinho, HLG (Hand launch glider - planador lançado a mão). Coloquei os flaperons que prendi com fita filamentosa, pensei que daria um acabamento legal. Estou com dificuldade em fazer o montante do dois servos que ficarão em baixo da asa.
Algumas vezes nas descrições ou comentários referentes aos aeromodelos, nos deparamos com um código composto pela letra "F", números e letras. Este código refere-se a modalidade que o aeromodelo pertence.
Aqui está a tabela:
F1 - Voo Livre
Vôo durante o qual não existe nenhuma ligação entre o aeromodelo e o concorrente, ou seu ajudante. São somente permitidas funções de rádio controle quando especificamente referidas nas regras para determinada classe.
Está dividida em:
F1A - Planadores Classe A2
F1B - Modelos com motor a elástico (Wakefield)
F1C - Modelos com motor a pistão
F1D - Modelos de interiores
F1E - Planadores com controle automático de direção
F1F - Helicópteros
F1G - Coupe D' Hiver
F1H - Planadores classe A1
F1J - Modelos com motor a pistão (Classe 1/2 A)
F1K - Modelos com motor CO2
Categoria F2 - Vôo Circular Controlado
Vôo durante o qual o aeromodelo é aerodinamicamente manobrado por superfícies de controle, em altitude e atitude, por um piloto no chão, por meio de um ou mais cabos não extensíveis, diretamente ligados ao aeromodelo. Podem ser usados sistemas nos quais os fios ou cabos de controle são mantidos na mão ou conectados a um pivô central. Nenhum outro meio de controle do modelo ou motor pode ser usado durante a decolagem e voo, exceto o exercido pelo piloto através dos cabos ou cabo.
Está dividida em:
F2A - Velocidade
F2B - Acrobacia
F2C - Corrida em Conjunto
F2D - Combate
Nacionais:
Acrobacia Mini-FAI
Acrobacia Iniciantes
Corrida em Conjunto Fórmula Brasil
Combate CB
Categoria F3 - Rádio Controle
Vôo durante o qual o modelo é aerodinamicamente controlado por superfícies de controle em atitude (para cima ou para baixo), direção ( para esquerda ou direita), e altitude (a altura que o modelo voa), pelo piloto estando no solo, usando rádio controle.
Está divida em:
F3A - Acrobacia com motor rádio-controlado
F3B - Modelos de planadores
F3C - Helicóptero
F3D - Pylon racers
F3F - Planadores slope soaring
F3G - Planadores com motor
F3H - Soaring cross country racing
F3I - Aero tow soaring
F3J - Planadores de duração termal
F3K - Planador rádio controlado lançado à mão (DLG ou HLG)
Um modelo em escala é uma reprodução reduzida de um aeronave mais pesada que o ar concebido para transportar um ser humano.
Divide-se em:
F4A - Modelos em escala voo livre
F4B - Modelos em escala voo circular controlado
F4C - Modelos em escala rádio-controlados
F4D - Modelos em escala para indoor voo livre (extensíveis motores)
F4E - Modelos em escala para indoor voo vivre (CO2 ou motores elétricos)
F4F - Modelos em escala para indoor voo livre (Fórmula Peanut)
Nacionais Escala Stand-Of
Categoria F5 - Modelos Eléctricos
Nesta categoria os modelos transportam baterias que fornecem a energia ao motor eléctrico que os propulsiona. São comandados por rádio controle.
Classe F5A - Modelos de Acrobacia Classe F5B - Planadores com Motor Classe F5D - Modelos de Corridas entre Pilares Classe F5C - Helicópteros - P Classe F5E - Modelos Solares - P Classe F5F - Planadores Eléctricos de dez Células - P Classe F5G - Grandes Planadores Eléctricos - P
Categoria F6 - Classes Promocionais do Aeromodelismo
Nesta categoria o voo dos modelos é acompanhado por musica ou destina-se apenas a efetuar espetáculo para promover o aeromodelismo que nas suas classes de grande competição nem sempre se torna atrativo para o público geral.
Classe F6A - Acrobacia Artística Classe F6B - Aero Musicais Classe F6D - Planadores Lançados à Mão
Categoria F7 - Mais Leves do que o Ar
Como o próprio nome revela são classes para modelos de balões de ar quente, cujo funcionamento é rádio Controlado.
O site Toywing.com.br possui várias matérias interessantes, no link abaixo há uma que explica como funcionam as superfícies de comando de um avião ou aeromodelo.
A idéia do meu sobrinho Hércules: "Fly-in-work", modelo para transportar numa mala e facilmente montável. Ele escolheu como modelo base o Tucano T27, mas queria ele com asa alta. Imaginamos então como fazê-lo e chegamos a este desenho:
O perfil em preto indica a posição que escolhemos
O projeto é dele e eu só estou assessorando, mas eu colocaria a asa bem no meio alinhado com o centro de massa lateral do modelo e o estabilizador. A asa sem diedro para ficar acrobático. Dessa maneira:
Ficou mais bonito. Poderíamos fazer uma ranhura na fuselagem para encaixar as semi asas.
Esse é o desenho modificado do meu sobrinho (Hércules), note-se que ele diminuiu a altura da fuselagem, cortando pela metade a cabina do avião, segundo ele para ficar mais aerodinâmico.
Em minhas buscas pela internete, as vezes, eu encontro verdadeiras jóias raras da construção de aeromodelos. Não falo de modelo escala que beiram a perfeição ou modelos turbinados ou com 4 metros de envergadura, mas sim modelos que pela simplicidade e elegância merecem a excelência.
Este é o caso deste modelo do RC Groups o Simplicious.
Confiram o passo a passo da construção dos sete vídeos que seguem, depois vejam a pérola voando.
Comecei uma construção de um planador HLG (Hand launch glider - Planador lançado a mão). Na verdade foi inspirado no HLG de isopor e bambu do Raphael Rigote (canal Youtube: http://www.youtube.com/user/rapharigoti).
O vídeo o planimodelo abaixo, observe como voa bem.
A princípio achei a idéia um pouco antipática e fiquei desconfiado, usar faca para cortar o perfil alar da asa e bambu com cola quente como reforço, mas fiquei impressionado com os resultados desse moço e resolvi montar um planador baseado na técnica dele.
A diferença é que, usando uma técnica parecida, cortei com cortador elétrico e dei acabamento lixando bem a asa. Curvei os bambus com calor para formar um pequeno poliedro (devo fazer outra sem poliedro para testar uma asa mais semelhante à original). O isopor é o mesmo P0 (de papelaria) com 15 mm de espessura. Usei bambu arredondado no bordo de ataque, bambu afilado no bordo de fuga e dois bambus quadrados como longarinas no parte mais grossa do perfil. O meio da asa foi entelado com cefofane (ficaria com um resultado melhor, acho eu, se eu usasse um soprador térmico para encolher mais o celofane - estou para comprá-lo) e as pontas da asa com fita adesiva colorida para enfeitar mais. A envergadura é um pouco mais de 120 Cm de envergadura e 12 Cm de corda.
Vou instalar dois servos de 9g (não sei como ainda) para usar o esquema de flaperon, isto é muito útil num planador lançado à mão, porque com pouco flaps se aremessa o modelo para com muita penetração subir muito e quando chega lá em cima dá mais flaps e garante mais tempo de planeio. Vou montar a fuselagem mais próximo do original, de isopor P0 e varetas de bambu com cola quente e empenagem de depron.
Asa de isopor de um planador HLG (sem os flaperon)
Esse modelo de tricóptero é bem interessante.
A evolução de motores leves, potentes e com boa eficiência, de baterias leves e igualmente potentes, além do avanço de eletrônica microprocessada para auxiliar o controle de modelos com aerodinâmica tão peculiar, permitiram a construção desse verdadeiro OVNI rádio controlado.
Sejam sinceros se vissem um negócio desses voando alto, não pensariam que é um disco voador? Mesmo assim é muito bacana vê-lo voando bastante estável.
Ultraleve construído e pilotado pelo Lázaro. Note-se que a cabeça do Snoop esta ligada ao comando do aileron, permitindo que o Lázaro faça o bonequinho atuar no vídeo.
O modelo é incrivelmente bonito e vídeo muito bem produzido.
Há uma câmera no bico virado para os bonequinhos e outra na asa, também, virada para os bonequinhos.
Lendo o fórum do E-voo, encontrei um vídeo que explica e muito bem um efeito em que o eixo de rolagem (eixo imaginário em torno do qual o modelo gira no eixo longitudinal) fique defasado do eixo longitudinal real do modelo, fazendo com que a rolagem saia um pouco estranha.
Note-se que ele usa fotos de modelos reais e interpreta usando linhas que se cruzam como referência.
Site legal em português sobre aeromodelismo com foco em VCC (Vôo Circular Controlado), modalidade de aeromodelismo controlado que ao invés de usar um sistema rádio controle, usa um fio ligado a manete de controle (U-control) para manobrar o modelo. O vôo é dito circular porque o modelo descreve um círculo em torno do modelista.
Nas pesquisas sobre o "Fly-in-work" (aeromodelo facilmente desmonstável, tranportável e pronto para voar) encontrei esse modelo totalmente desmontável e muito bonito. Acesse o link abaixo
Para o projeto "Fly-in-word", aeromodelo fácil de transportar e rapidamente posto para voar em qualquer lugar. Comecei a pesquisar sobre modelos desmontáveis e encontrei esse planador. Além de muito bonito parece muito prático. Observem a ranhura em forma do perfil alar para o encaixe das semi-asas.
Esse é link do post original do E-voo:
http://www.e-voo.com/forum/viewtopic.php?t=104054
Sou principiante em aeromodelismo, novato em pilotar, nem fui liberado para vôo solo (apesar de estar bem atrasados nas aulas e talvez esse seja o motivo da demora) e mais principiante em construção, mas como todo neófito é metido a besta, aceitei um convite do meu sobrinho (Hércules) em construir um aeromodelo "fly-in-work" ou voe em qualquer lugar.
A idéia dele é fazer um modelo pequeno para médio porte (~120Cm de envergadura) elétrico que seja semi desmontável para que caiba numa caixa 90x30x30.
Na verdade, imagino, que esse desejo dele nasceu do fato dele não ter uma motocicleta para transportá-lo e o modelo.
Então aguardem futuras postagens...