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terça-feira, 3 de setembro de 2013

Importância da "caixa de voo" na pratica do aeromodelismo

Em um passado recente, voar em local apropriado era quase obrigatório, principalmente, porque imperavam os aeromodelos à combustão, que demandam um espaço para pousar, fazem barulhos.

Hoje, aeromodelos elétricos são uma realidade, sem entrar na celeuma do que é melhor ou pior, é mais fácil voar/fazer um aeromodelo elétrico de pequenas dimensões. Isto facilita voar "em qualquer lugar".

Esta facilidade acabou gerando dois lugares para voar, clubes de aeromodelismo e locais de voo usados por grupos de aeromodelistas.

Para um clube a presente post é quase inútil, mas para os locais de voo está matéria pode ajudar um pouco.

1- Clube de aeromodelismo = disciplina de voo

Qualquer clube de aeromodelismo que se preze tem regras mais ou menos rígidas com relação a conduta do aeromodelista e a maneira de voar, visando a segurança das pessoas e equipamentos, patrimônios de terceiros e seus próprios.

Uma das maneiras de conseguir isso é criar "uma caixa de voo" segura.

A ilustração abaixo mostra a distribuição entre áreas de voo/zona de exclusão, bastante comum nos clubes de aeromodelismo:
Caixa de voo do clube Aero-Xerém - a) verde, área liberada para voo; b) vermelho, área proibida de voo;

1.a- Área de voo/caixa de voo 

Área em que é possível/permitido voar. É determinada por fatores, principalmente, físicos, quer dizer, espaço sem obstáculos que atrapalhem o voo, também, é limitado por áreas particulares/públicas em que o sobrevoo se tornaria perigoso ou inconveniente. Por exemplo, casas,  clube de futebol. Há espaço físico em que possível voar, mas o barulho/riscos incomodam/ameaçam os vizinhos.

1.a.a- Vantagens:

a- É sempre seguro. Só há risco a quem passe na pista sem avisar;

b- Facilita ao pouso, porque o piloto sabe voar com o bico apontado para si (o modelo voltando para o piloto);

c- Auxilia na disciplina e desenvolve as habilidades de pilotagem.

d- Dá possibilidade de criar um "sentido de voo" regular, só para esquerda ou direita, evita choques no ar. Observe as setas brancas na ilustração acima.

e- É a base para qualquer manobra.

1.a.b- Desvantagens:

a- É mas difícil no começo, mas depois é automático;

b- A necessidade de espaço físico liberado a frente do aeromodelista para adotar esse padrão (área verde da ilustração acima);

1.b- Área de exclusão de voo

Na ilustração acima está demarcada em vermelho, é a área proibida de voar. A proibição vem da necessidade de segurança. Na ilustração acima dá para ver um bairro, com casas, também, tem a sede do clube, a área coberta de preparação para voo, CARROS (os nossos), expectadores, outros pilotos, etc. O risco está na possibilidade de queda, de machucar as pessoas, de acertar os prédios, de acertar o carro dos outros, etc. Também, passar para trás de si mesmo pode desorientar o piloto e provocar quedas. Note que na ilustração acima o modelo sempre está a frente do piloto.

2- "Voo circular controlado por rádio controle"

Comecei voando em clube de aeromodelismo, só agora estou tendo contado com aeromodelistas voando em "locais de voo", mais liberais e sem regras, então me deparei com um fenômeno que chamei de "Voo circular controlado por rádio controle", por causa do padrão circular de voo desenvolvido pelo aeromodelo. No diagrama abaixo dá para entender bem:
 "voo circular controlado por rádio controle" - o circuito de voo passa perigosamente pela área de exclusão (carros/pessoas)
Demorei a entender porque se voa assim, mas a questão é a seguinte: quando se começa a voar, primeira grande dificuldade do aeromodelista novato é aprender a pilotar com a referência do modelo, principalmente quando está com o bico de frente para o piloto, quer dizer, com o aeromodelo voltando, os comandos de esquerda/direita ficam invertidos.

Voar de cauda é relativamente fácil, então, o novato, "engana", essa dificuldade  de referência seguindo o modelo voando em círculos, girando em torno do próprio corpo. Observe que no exemplo da ilustração acima e piloto iria virar para a posição das 6 horas do relógio, depois 3 horas, depois 12 horas, para voltar a posição original de 9h.

2.a- Vantagens aparentes:

a- Não se perde a referência nunca (no exemplo acima a asa esquerda sempre fica virada para o mesmo lado do aeromodelista);

b- O modelo nunca se afasta muito;

c- Sempre se vira para o mesmo lado (gira a esquerda ou a direita).

2.b- Grandes problemas com essa "técnica":

a- Mostra despreparo e imperícia do piloto. Se acostumar assim, nunca vai aprender a pilotar corretamente;

b- Sempre se cruza a "área de exclusão", pelo menos onde deveria estar, CAUSANDO AUMENTO SUBSTANCIAL DE RISCO de danos/ferimentos a carros, casas e pessoas;

c- Dificulta muito o pouso, porque na maioria das vezes, é imprescindível se aproximar pela frente, então, o piloto "VCC rádio controlado" fica fadado a nunca saber pousar, pela dificuldade da mudança da referência;

d- Cada pessoa tem um lado para qual virar é mais fácil, então, o piloto "VCC rádio controlado" vai sempre (mas sempre mesmo!) virar para aquele lado (esquerda, por exemplo), então há risco de se chocar em voo com quem adote o outro lado (direita, por exemplo);

e- Todas as manobras, das mais básicas até as mais avançadas, começam na "caixa de voo", quer dizer, passando paralelo a pista. Um piloto "VCC rádio controlado" não consegue voar paralelo a pista.

Finalizando, sem críticas azedas a quem quer que seja, se você adota esse padrão de "Voo circular controlado por rádio controle", você deveria estudar a possibilidade de aprender a voar corretamente. Isto se tornará um desafio pessoal facilmente vencido.

Você que é líder de grupo de aeromodelistas, crie regras visando a segurança  e disciplina dos participantes do grupo. Só há vantagens nisso.



6 comentários:

  1. Prezado! Gostaria de ver um comentário seu à respeito de cálculos de CG, perfil, envergadura conforme a corda com determina-se o tamanho da heliceadotada para aeromodelo escala.Obrigado

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  2. Não é simplesmente, pegar uma maquete e desejar, quero que meu aeroimodelo fique desse tamanho! è preciso depois fazer um cálculo seguro de perfil envergadura, CG e etc.. me oriente a esse respeito meu e mail é peixotoca@bol.com.br e cel (35)9926-4481. Obrigado

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    1. Olá Peixoto, demorei a responder porque estava refletindo sobre o assunto.

      Cheguei a duas respostas:

      1- Simplificada - fazer um modelo em escala "scratch building" (fazendo do zero com materiais alternativos) ou até usando técnicas tradicionais usando o original como base e "fazendo uma maquete" menor do avião. Neste caso se usa uma simplificação aerodinâmica para determinar perfil alar, área dos planos de cauda, momentos, motorização, hélice, etc. Usa-se empirismo/tabelas e a razão para chegar a valores que façam que o bicho voar;

      2- Complicada - usar um programa, como XFLR5, de projeto de aeromodelo e reinventar aquele avião (modelo) no programa, usando somente a "aparência" dele para dar a escala. É trabalhoso, a técnica de construção tem que conferir precisão a construção,há a necessidade de criar protótipos até chegar uma versão definitiva.

      Para ajudá-lo, posso dizer que aeromodelo escala voa escala, quer dizer, quase sempre, voo tranquilo, então, a maneira simplificada dá conta do recado.

      Não tem uma receita única para responder tuas perguntas, até porque dependem do tipo de modelo, envelope de voo pretendido e outro muitos fatores.

      Me diga o você pretende construir, envergadura, técnica de construção, etc.

      Outra coisa muito muito muito importante, porque não aproveita as inúmeras plantas de aeromodelos escala/semi escala, gratuitas ou pagas, para fazer teu aeromodelo?

      Estou mandando uma cópia desse comentário para teu email.

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  3. Muito bom o post, segurança sempre!!!!

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